ARTE
Banda independente AD FINEM grava primeiro CD
Karolina Calado (contribuinte)

          Cada vez mais artistas vêm gravando em pequenas gravadoras por uma questão de custo e de autonomia. É o caso da banda AD FINEM: com músicas inéditas e de cunho existencialista, por influência de pensadores como Camus, AD FINEMSartre e Nietzsche, gravará seu primeiro CD até o final deste ano.
          Os circuitos autônomos e festivais promovidos pelo Estado e pelo Brasil têm colaborado para o reconhecimento desses grupos. Atualmente a estimativa é que o Brasil tenha, formal e informalmente, entre 200 e 500 gravadoras deste tipo, segundo a Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), 200 são formais.
          Uma posição favorável aos grupos que têm gravadora por trás é a introdução nos meios de comunicação. Ao ser interrogado sobre o assunto, o guitarrista J.J. comenta: “A gente busca dar visibilidade ao nosso trabalho em qualquer veículo, mas rejeitaríamos qualquer proposta que viesse macular o trabalho, isto é, mercadoria em detrimento da arte”.
          Em contraponto, um problema que há em todas as produções musicais é a questão da pirataria. Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica a estimativa é de 20 bilhões o número de downloads ilegais de música realizados no mundo, somente 2005. O baixista Kleber Soares, ressalta a posição do grupo com relação à temática: “Temos essa preocupação desde o início e para evitar casos dessa natureza, nossas músicas já estão devidamente registradas”. A reflexão dos direitos autorais é questionável aqui no Brasil, já que a Constituição ao mesmo tempo em que determina a proteção dos direitos autorais, garante o direito aos bens culturais.
          Outro ponto a se destacar no quesito dificuldades é a desvalorização artística. Apesar de, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinarem significativos valores à produção cultural, definindo já R$ 12 milhões para 2010 e 2011, R$ 6 milhões para cada ano, há ainda uma desvalorização cultural, no que diz respeito aos recursos e mesmo ao processo na distribuição dos mesmos.
          Ainda há a indústria cultural que monopoliza o mercado fonográfico por meio do jabá. Ao comentar os espaços, Jael Soares coloca: “No mundo artístico atual, as pessoas estão mais preocupadas em aparecer do que fazer arte e ganhar dinheiro com ela. E, talvez como consequência ou como causa, o público também aclama mais quem está nos meios de comunicação”, concluiu.
          A AD FINEM hoje tem projetos de difundir o trabalho por lugares onde terá um maior público. Para isso, tem músicas disponíveis no www.myspace.com/adfinemm. O trabalho tem surtido efeito, pessoas de vários locais do Brasil estão os contatando. Inclusive, está fechando um contrato em Serra do Ramalho, cidade do Sudoeste baiano.

 
 
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